Archive for Março, 2008

O tempo não pára!!

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É o que ando a ouvir….quem me introduziu a este tema brutal de Cazuza foi o Serginho, brazileiro e músico a residir em Angola quando lá estava….naquelas sessões de guitarra e cantoria em casa do Ruca, depois das noites boémias da cidade que tantas saudades me faz ainda.

Cazuza é absolutamente incrível e este tema ainda é o que mais me impressiona.

“Cansado de correr na direcção contrária, sem poses de chegada ou beijo de namorada…..eu sou mais um cara!

Mas se você acha que eu estou derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados…porque o tempo….o tempo não pára!

Eu não tenho data para comemorar e ás vezes os meus dias são de para em par…procurando uma agulha no palheiro.

Nos NOITES de frio é melhor não nascer!…nas de calor é MATAR OU MORRER!….e assim nos tornamos…brasileiros.

Te chamam de LADRÃO de BICHA, MACONHEIRO…transformas um país inteiro num PUTEIRO!

POIS ASSIM SE GANHA MAIS….DINHEIRO!

Tua piscina tá cheia de RATOS…tuas ideias não correspondem aos FACTOS…..o tempo não pára!

…eu vejo o futuro repetir o passado…eu vejo um museu de grandes novidades!….oh, o tempo não pára!!

É isso tudo o grande Cazuza…a lembrar o Rui Simões e o Sérginho, os Kambas lá da banda do Kwanza!!….que saudades brothers…que saudades!

Março 28, 2008 at 1:35 pm 4 comentários

Javier Solana – O canto do cisne de uma geração verdadeiramente rasca!

Caro Xavier;

Estive de volta da última edição do expresso (15 Março) e reparei que lhe deram tempo de antena para expressar as suas preocupações em relação aos “…riscos de conflito provocados pela mudança do clima”.

Escreve naquela infeliz crónica na qualidade de alto representante da união europeia para a politica externa e segurança comum…que na sua leitura equivale a dizer….embaixador do rearmamento militar e da reconstrução da europa como potência  bélica, isto no melhor interesse dos países deste projecto.

O senhor deixe-me que lhe diga uma coisa….existem duas coisas que me chateiam em si. A primeira é ser Espanhol, enfim são horas más que as pessoas têm e a segunda é ter um epíteto que não se entende, ora não é alto de forma nenhuma que se olhe para si e depois não representante de coisa alguma pois que não foi eleito e assim não tem a legitimidade do sufrágio universal para representar os povos da Europa perante os outros povos do mundo…..muito menos em matérias tão sensiveis como a política externa.

Posto isto digo-lhe então como a pessoa a quem você terá de entregar o mundo em breve que pare de dizer os disparates e de fazer as asneiras que nos conduziram ao cenário catastrófico que o senhor descreve. O senhor começa por dizer uma coisa óbvia  que é o facto de as alterações climáticas estarem a criar graves crises humanitárias e desafios ambientais, para logo de seguida dizer uma coisa monstruosa e muito ardilosa….como de resto é timbre da sua geração política que felizmente cada vez mais vai defunta. O que diz então é esta coisa medonha!….”As alterações climáticas são geradoras de graves riscos políticos e de segurança, que afectam directamente os interesses dos europeus”….quais europeus?…..está a falar de mim?….ou de todos os europeus?….se calhar está a falar das nações europeias?….ou talvez só de algumas?…enfim não se sabe e o senhor não cuida de explicar, porque isto de  praticar esta lógica de medo, este terror que os senhores pensam que serve para alguma coisa…..esta prática funciona se não explicarmos bem o que queremos dizer e assim começa então com esta ameaça um texto verdadeiramente ridículo.

Em todos os parágrafos existem pelo menos uma destas palavras, ameaça, conflito, riscos ou segurança e na maior parte deles existem todas em harmoniosa convivência. Esta forma de falar ás pessoas deixou de servir caro xavier, deixou de servir quando os senhores finalmente deixaram transbordar o copo com a gota de água que foi a invasão do Iraque, depois daquela mentira das armas nucleares e da desfaçatez daquilo tudo os senhores cairam em descrédito total perante a minha geração e agora não vos resta mais que tentarem sair do poder o mais tarde possível, sendo que cada vez mais se nota a vossa falta de adequação aos novos interesses colectivos e às novas preocupações individuais.

O senhor pretende naquele texto infame defender uma receita já esgotada para um problema ainda a despontar e cuja lógica de resolução terá necessáriamente de ser diferente daquela que os senhores em tempos usaram para acabar com a disputa de ideias….o senhor acredite numa coisa, esta geração que aqui está não acredita nessa forma…..o recurso á violência seja ela de que forma se revestir é uma coisa desusada, não resolve coisa alguma desde que se descobriu que podemos ter todos uma forma inimaginavel se recorrer-mos a tecnologia de destruição.

Pretende o meu caro amigo então que a Europa lidere o processo de globalização, na frente que diz respeito ás questões climáticas através do reforço da capacidade de intervenção europeia na resolução e prevenção de conflitos “…dentro de cada país e entre países”….suponho que veja “…o aumento das capacidades da UE em todos os aspectos, desde a vigilância e o alerta precoce até á prevenção de conflitos…..mobilizando para tal os recursos financeiros necessários”, como forma de resposta às tais crises humanitárias e aos desafios ambientais!…..pois é disto que nós não queremos.

Não queremos que a resposta aos imigrantes ambientais seja uma resposta bélica, ela não serve….os muros de que os senhores mandaram construir para se afastarem das pessoas que partilham de aspirações diferentes das vossas não servem para nós…..não construa campos de concentração no sul de espanha meu caro amigo, nem no Norte de frança, não peça dinheiro aos países ricos da nossa europa para montar um exercito que ponha e deponha lideres em Àfrica ao sabor da sua vontade….é que o senhor até percebe de onde podem vir esses conflitos, como por exemplo de complexidades ambientais, o que o senhor não sabe e não pode continuar a fazer é a dar a mesma resposta de sempre…..nós os Europeus consideramos isso uma bestialidade própria de quem durante muito tempo não soube ver o problema…..fosse ele ideológico….que os senhores chamavam político, fosse ele religioso…..que os senhores chamavam de étnico…..fosse ele o que fosse, os senhores deram sempre a mesma resposta, Bélica e impositiva e sempre com o mesma base de argumentação, o medo por um lado e a superior defesa dos nossos interesses por outro.

Acredite-me caro amigo que a malta por cá já não vê isso dessa forma, os problemas de hoje requerem soluções diferentes, pessoas diferentes e na mesma a defenderem os interesses de sempre, é só mudar o registo….isso de usar a força já deu o que tinha a dar….a destruição de grande parte dos recursos do planeta, fome, guerra e injustiça social entre os tais povos do mundo. Hoje nós queremos ver a Europa ganhar ascendente no mundo sim….queremos vê-lo daí para fora e que o seu sucessor seja o portador da mensagem Europeia de bom senso, do enorme capital moral que ainda temos por não resolvermos as coisas à paulada como os amigos americanos, queremos uma europa cooperante e suficientemente capaz de ver nos problemas a sua verdadeira dimensão e causa, trabalhar para resolvê-los no melhor interesse de todos e da maneira mais adequada, mais definitiva que é sempre aquela que é genuína……sem lirismo e defendendo sempre os interesses dos europeu, os interesses económicos incluidos, mas resolver de facto as coisas, com competência e não à trouxe mouxe, por imposição…à lei da bala como os senhores fizeram durante décadas.

Assim me despeço de si….esperando a sua carta de demissão o mais breve possivel!

Melhores Cumprimentos

Pedro Morais Cardoso

Março 25, 2008 at 2:52 pm Deixe um comentário

The Lovebirds…..até que enfim!!

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Lovebirds é o primeiro filme sobre a Lisboa que eu conheço….adorava ter sido eu a fazer aquilo!!!…parabéns Bruno “não-sei-quantos”

….acertou na muxe e fez um filme que provavelmente é dos melhores filmes em cartaz e simultâneamente um dos melhores feitos em Portugal por um Português!!!!!!!

…..vou lêr mais sobre o trabalho deste jovem criador e escreverei alguma coisa sobre isso com toda a certeza.

A NÃO PERDER!!!

Março 24, 2008 at 2:14 pm Deixe um comentário

um monstro na sala!….caramelo em versão ternura e um país demasiado perverso até para os novos! – 3º

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No country for old man….a montanha pariu um rato!

Para quem gosta dos Cohen, ethan e joel, este filme é muito razoavel….pertence aquele universo estranho que geralmente rodeia os filmes que fazem.

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No entanto….e existe sempre um “no entanto” se pudesse classificar a lista dos meus favoritos dos Cohen este não aparecia nos três primeiros sequer….a saber;

1) Barton Fink

2) Big Lobowsky

3) Fargo

É facto que qualquer deste filmes esteve nomeado para a academia, o Fargo ganhou mesmo Oscar`s e merecidamente, portanto até não está nada mal….é uma espécie de consagração pela consistência apresentada ao longo dos anos.

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Já no que diz respeito ao Barden, agora parece que está na moda dar estatuetas aos espanhóis, deve ficar bem na comunidade hispânica dos “States”…..só assim se justifica que nunca tenham dado um prémioa este tipo que fez entre outros grandes trabalhos o “mar adentro”, “entre as pernas”, “antes que anoiteça”…..ou o fabuloso papel de “Santa” em “Las lunes al sol”, que é +rovavelmente um dos melhores filmes que já tive ocasião de ver. Ainda assim Barden vai muito bem, muito bem caracterizado, com diálogos extremamente bem conseguidos e um percurso de personagem muito interessante….a isto tudo, acrescenta barden a sua qualidade habitual.

….nada mais que outro filme!

Março 24, 2008 at 1:57 pm Deixe um comentário

um monstro na sala!….caramelo em versão ternura e um país demasiado perverso até para os novos! – 2º

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Sukkar Banat no original é um filme sobre a ternura, sobre o amor ou a falta dele em vários espectros da vida quotidiana. É uma comédia romântica em versão Libanesa, no ambiente de uma Beirute de inspiração muculmana liberal nos hábitos e Cristã na cultura religiosa.

É impressionante observar este tipo de realidade, o libano é já ali e pouco ou nada sabemos daquilo, pelo menos eu e é através de filmes deste género que melhor podemos observar as sociedades, aqueles tipos e tipas completamente muculmanos na aparência são cristãos mesmo e até uma procissão, o único pecado de imposição de que o filme sofre, da virgem maria aparece a alegrar o dia e por entre pai nossos maquinais e o sinal da cruz vemos uma turba de gente árabe a exercer o cristianismo apostólico romano….é interessante demais.

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De resto o universo simples em que se desenrola a trama é o mais interessante, a realizadora Nadine Labaki faz o papel de uma mulher que é amante de um tipo casado e ainda tem esperança que ele deixe a mulher, um clima tantas e tantas vezes tratado mas nunca com tanto carinho pela personagem, aquele toque de buzina seguido de um telefonema que é o sinal de mais uma tarde de pecado e de humilhação feminina é superiormente tratado e tudo o que sucede depois desta constatação inicial é simplesmente sublime, fluido e intencional.

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Simultâneamente a esta estória “principal” desenralam-se mais quatro dramas individuais, uma actriz ultrapassada a participar em castings para filmes publicitários, uma mulher homosexual num flirt com uma cliente, super sensual, uma outra mulher, mulata, que se vai casar já não sendo virgem com um rapaz proveniente duma familia tradicional muculmana e receia o resultado daquela noite de núpcias de revelação. A última estória lateral deste filme fala de duas mulheres, uma meio louca cuja diversão principal é apanhar papeis do chão e gritar impropérios vários à outra que sendo mais nova não se chega a perceber se é filha ou irmã….esta mais nova ve-se na iminência de libertação daquele quadro opressivo de loucura, através duma paixão entre velhos…..um cliente, senhor antigo  pretende sair e namorá-la e no entanto, nessa vertigem de libertação e vida a coragem para abandonar a outra não chega a ser suficiente e a imagem da ternura aparacesse aqui como em outras cenas de uma forma velada, mascarada de naturalidade, da simplicidade com que pessoas iguais se relacionam. É um filme a não perde de qualquer forma!

Março 18, 2008 at 10:22 am 1 comentário

that`s what she wants!

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É o que eu ando a ouvir outra vez….”she wants revenge” é uma das melhores bandas da actualidade….um rock melódico a lembra o final dos anos oitenta e com letras explosivas como “I don`t want to fall in love” ou “tear you apart”…..BRUTAL.

Ando a ouvir isto e claro…..Charlie Parker e Dizzi Gillespie, só naquela!

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Março 17, 2008 at 11:42 am Deixe um comentário

um monstro na sala!….caramelo em versão ternura e um país demasiado perverso até para os novos! – 1º

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Foi o que eu vi quinta feira à noite no meu regresso ao cinema….um monstro de representação em pleno desempenho profissional.

Daniel Day Lewis tem uma performance brutal e inesquicévil no filme “there will be Blood”….não me lembro de uma performance assim tão marcante no cinema que chega do lado de lá desde o Apocalipse Now ou do primeiro padrinho.
De resto sobre o próprio filme não existe muito a dizer, o Paul Thomas Anderson faz uma incursão em terrenos demasiado pantanosos para ele, o seu ambiente não é aquele, o seu ambiente é o de Punch Drunk Love…o realizador está muito em casa quando filma nos suburbios da grande cidade e imprime um tom monocórdico e consistente a personagens vulgares que vivem dramas irrelevantes, aí nesse território que é o seu ele faz magia….no deserto da fronteira americana ele está fora de pé….claramente excedeu-se numa tentativa de fazer cinema europeu, que muito embora seja legitima e até desejada, não é conseguida de todo com este filme….aquilo parece uma coisa quase sueca ou dinamarquesa, tenta apanhar uma visão da vastidão do território da aridez das pessoas e aposta na banda sonora para reivindicar um silêncio óbvio que destaque a frieza e crueldade de um ou outro momento em particular….parece-me pouco.

O padre do filme é um exagero, um prolongamento maniqueísta de imposição de uma determinada visão do mundo, o elemento escolhido para a pretensão de fazer alguma coisa com o filme…..é uma estupidez esta mania dos americanos em tentar ensinar alguma coisa de útil ao espectador. Aquela cena final é uma desgraça, aliás toda a parte final do filme é patética, com aquele filho numa mais que previsível cena com um pai insensível e aquela medonha coisa de discursos histéricos e agressivos…..as personagens saiem mal tratadas mesmo e só o Daniel Day lewis é que consegue pelo meio daquilo encontrar caminho de alguma coerência para o seu papel….ainda assim é um lástima.

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  Salva-se a fotografia do filme, a sua luz a intensidade com que se filma aquele ambiente árido….não tivesse estória naquilo, tipo gus van zant  quando filma o Gerry e tinha sido um pleno de cinema, assim foi apenas um passeio pela qualidade de trabalho do Daniel Day Lewis o que sendo bom não é merecedor de tanto alarido como o que tem sido feito à volta disto.

Março 17, 2008 at 11:19 am 1 comentário

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